domingo, 10 de abril de 2011

Entrevistas-Parte 1-Perguntamos aos Autores IV

Karlo Campos (autor brasileiro)


1-O que te leva a escrever literatura fantástica?
Desde criança gosto de tudo que envolve fantasia, que permite viajar bastante na imaginação. No início eu lia apenas quadrinhos, para os quais sempre criava estórias para depois desenhar, logo comecei a criar contos também, até chegar a escrever meu primeiro livro 'Vinganças de Sangue'. A literatura fantástica nos permite criar mundos, flertar com criaturas místicas e surpreender cada vez mais o leitor.

2-Você acha que esse tipo de literatura, tem uma rejeição maior nos países de língua portuguesa, já que não temos grandes nomes da literatura fantástica mundial, de origem em nosso idioma?
Acho que a rejeição já foi maior e, na verdade, o principal motivo para olharem torto para literatura fantástica nacional é o velho preconceito quanto ao que é de nosso país (Brasil), independente de possuir escritores de renome pelo mundo ou não, afinal, para quem gosta desse tipo de literatura, sabe que em nosso imenso país temos escritores excelentes que muitas vezes são bem melhores que autores estrangeiros.

3- Quando foi que você teve o primeiro contato com a literatura fantástica? E quando resolveu escrever?
Meu primeiro contato foi ainda quando criança, porém nem imaginava que esse tipo de literatura possuía o nome de “literatura fantástica”. Posso dizer que fui realmente fisgado por causa dos Vampiros, mas antes mesmo já criava textos nessa linha.

4-Em que lugar você busca inspiração para escrever suas histórias?
Em tudo que me rodeia. Gosto muito de novas informações. Quando preciso de inspiração, o que mais faço é escutar música, principalmente Metal, isso ajuda a minha mente trabalhar e não demora em surgir novo material para alguma estória.

5-Você acha que ainda há espaço no Brasil ou Portugal para novos escritores de literatura fantástica?
Sim. Sempre digo que há leitores para todo tipo de autor e estória, basta o autor e editora estarem dispostos a correr atrás para divulgar e mostrar seus trabalhos. É muito bom quando conhecemos novos autores que nos surpreendem com sua forma de escrever, com tramas bem elaboradas e a paixão pelo que faz.

6-Em se tratando de literatura fantástica, o que é mais difícil: Escrever, encontrar uma editora ou adquirir novos leitores para o gênero (no Brasil/em Portugal)?
Aqui no Brasil com certeza é encontrar editoras dispostas a apostar e assumir riscos junto ao autor. Acho que escrever, para quem gosta, nunca é difícil, e sim um prazer, poder criar estórias e personagens que se tornarão importantes nas vidas de vários leitores. Apesar da resistência de muitos para ler trabalhos nacionais, quando o mesmo começa a chamar a atenção, aos poucos novos leitores surgem. Já a maioria das editoras prefere apostar no que vem de fora, já com números altos de vendagem, quando abrem um espaço para o autor nacional, muitas vezes jogam todos os riscos nas costas do autor, deixando de ser uma parceria.

7-Em sua opinião, a literatura fantástica ainda enfrenta algum preconceito, por parte de quem não conhece o gênero?
Com certeza. Porém, já diminuiu. Antes esse preconceito estava mais presente. Espero que, mesmo que de pouco em pouco, os leitores deixem esse preconceito de lado, que muitas vezes surge mesmo que nunca tenha lido um livro de literatura fantástica sequer.

8-A mídia, em geral, ainda abre pouco espaço para a literatura fantástica? Se a resposta for sim, o que você acha que falta?
As maiores mídias sim, porém hoje com os blogs ficou mais fácil visualizar e divulgar novos trabalhos do gênero. As próprias feiras e bienais abriram um espaço legal também para esse tipo de literatura. Acho que aos poucos as próprias editoras, através de seus publicitários, deveriam arriscar mais em aparecer em mídias nem sempre convencionais para a literatura, assim, chamando atenção de pessoas que dificilmente conheceriam a existência de determinado livro.


Entrevistador: Tomi Farias

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