segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Entrevistas-Parte 2-Perguntamos aos Autores III

Carla Ribeiro (autora portuguesa)


1-Como você vê o mercado Europeu (português), em relação a literatura, vale a pena escrever?
A impressão que tenho ao entrar numa livraria é que há uma evidente predominância de autores estrangeiros, de nomes que são considerados "apostas seguras". Além disso, há um número considerável de leitores que ainda tem um certo "preconceito" relativamente à produção nacional, preferindo apostar em autores estrangeiros e/ou mais conhecidos. Mas se ainda vale a pena escrever? Vale sempre a pena, mesmo que não seja para publicar.

2-O futura da literatura, em sua opinião, será os e-books?
Penso que os e-books abrem algumas novas possibilidades. Será, talvez, mais fácil apresentar um projecto de alguém pouco conhecido ou um trabalho de cariz menos vendável, no formato eletrônico. Mas não me parece que o futuro da literatura esteja apenas nos e-books: na minha opinião, o formato papel e o formato eletrônico funcionam mais como complementos que como rivais.

3-A parceria com outros autores, como no caso de “Dualidades” é uma forma a mais de divulgar seus trabalhos literário?
Não foi exatamente esse o objetivo. O projeto "Dualidades" surgiu mais como uma forma de cruzar ideias e estilos diferentes a partir de algumas linhas comuns, de ver a interação entre os dois tipos de escrita. E acabou por funcionar também como um desafio interessante.

4-E a internet, qual a importância para novos autores, que muitas vezes não tem espaço midiático, de que forma você usa a internet para divulgar o seu trabalho literário?
Penso que a internet permite uma maior interação com os leitores. E também, em certa medida, uma nova forma de definir um público. Ainda assim (como tudo), há coisas boas e coisas más, uma maior interação também implica uma maior exposição. Tento manter alguma presença a nível de redes sociais e blogosfera, tanto para fins de divulgação como para criação de novos contatos.

5-Você que é estudante de medicina, se tivesse que escolher uma das profissões, por qual optaria: medicina veterinária ou a literatura?
Na verdade, já terminei a licenciatura em medicina veterinária, mas (ainda) não estou a trabalhar. Se tivesse de escolher... São duas áreas muito diferentes, mas tenho afinidades com ambas. Não sei se conseguiria escolher.

6-Onde você busca inspiração para escrever?
Em quase tudo. Sonhos, pesadelos, elementos do dia a dia, acontecimentos marcantes... Uma imagem, um pensamento, às vezes, a simples definição de uma forma de ser... Cada ideia e cada projeto têm um pouco do que me rodeia e muito de mim, por isso a inspiração pode vir de qualquer lugar.

7-O conhecimento na área da medicina, ajuda para você construir suas histórias e personagens?
Às vezes. Depende da história, das personagens e do que preciso de fazer com elas. Mas há alturas em que algum do conhecimento adquirido se revela útil.

8-Quais são os seus planos pessoais, dentro da literatura?
É difícil fazer planos concretos na literatura. É um mundo incerto. Mas, olhando para o futuro, o plano essencial será mesmo o de continuar, tanto quanto possível, a desenvolver os meus mil e um projetos e a contar as histórias que tenho para contar. Não é muito mau como ponto de partida, pois não?


Entrevistador: Tomi Farias



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