terça-feira, 10 de maio de 2011

Entrevistas-Parte 1-Perguntamos aos Autores XI

Luis Eduardo Matta (autor brasileiro)


1-O que te leva a escrever literatura fantástica?
Minha produção de literatura fantástica é modesta. Até o momento, limita-se a alguns poucos contos. Mas é um gênero que me atrai, principalmente, como leitor. As histórias fantásticas levam ao extremo o exercício da imaginação e da criatividade. Elas fazem reviver toda a intensa fabulação que nos acompanha na infância e da qual o mundo adulto, com suas responsabilidades e cobranças, tenta nos afastar. O segredo é não se afastar.

2-Você acha que esse tipo de literatura, tem uma rejeição maior nos países de língua portuguesa, já que não temos grandes nomes da literatura fantástica mundial, de origem em nosso idioma?
É possível. Talvez por não termos, ainda, uma tradição nesta linha, os críticos vejam a produção nacional com desconfiança. Mas esta tradição está sendo construída de forma acelerada e em pouco tempo a rejeição tende a diminuir.

3- Quando foi que você teve o primeiro contato com a literatura fantástica? E quando resolveu escrever?
Meu primeiro contato foi na infância. Muitas das fábulas que todos lemos ou ouvimos quando crianças, se observarmos bem, são grandes histórias fantásticas. Já como escritor, comecei há poucos anos, porém timidamente. Como eu disse há pouco, minha produção nesta linha ainda é acanhada.

4-Em que lugar você busca inspiração para escrever suas histórias?
Sobretudo, no dia-a-dia e no noticiário. As pessoas e os fatos cotidianos são minha maior matéria-prima como escritor.

5-Você acha que ainda há espaço no Brasil ou Portugal para novos escritores de literatura fantástica?
Com certeza. Brasileiros e portugueses são criativos e essa é a principal característica que um escritor fantástico deve ter. Vejo que há um enorme campo a ser explorado na literatura fantástica em língua portuguesa e muitos talentos estão surgindo.

6-Em se tratando de literatura fantástica, o que é mais difícil: Escrever, encontrar uma editora ou adquirir novos leitores para o gênero (no Brasil/em Portugal)?
No meu caso, o mais difícil sempre é escrever, embora seja uma tarefa extremamente prazerosa. Encontrar editora e leitores são desafios para todos os tipos de literatura.

7-Em sua opinião, a literatura fantástica ainda enfrenta algum preconceito, por parte de quem não conhece o gênero?
Sim. Mas não devemos nos preocupar com isso. Preconceitos sempre existirão. Devemos ser fiéis ao nosso trabalho e, ao lançar um livro, termos consciência de que ele não agradará a todos e será rejeitado e ignorado pela maioria. É assim com quase todos os escritores.

8-A mídia, em geral, ainda abre pouco espaço para a literatura fantástica? Se a resposta for sim, o que você acha que falta?
Acho que o que faltava era espaço e este, agora, está sendo muito bem preenchido pela internet. A mídia cultural tradicional cumpre outro papel e se destina a um outro tipo de público, interessado em obras de perfil mais intelectualizado. Nem vale a pena a literatura fantástica lutar por espaço nesses veículos, pois o seu público não está ali..


Entrevistador: Tomi Farias

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