quinta-feira, 31 de março de 2011

Entrevistas-Parte 1-Perguntamos aos Autores II

Bruno Pereira (autor português)


1-O que te leva a escrever literatura fantástica?
A minha aventura na escrita até começou na poesia, mas eu sempre fui atraído por histórias fantásticas, recordo-me que na minha infância enquanto estudava história criava mundos e contos alternativos. Depois filmes e literatura fantástica que fui absorvendo também levaram-me a aumentar a minha paixão.

2-Você acha que esse tipo de literatura, tem uma rejeição maior nos países de língua portuguesa, já que não temos grandes nomes da literatura fantástica mundial, de origem em nosso idioma?
Falta oportunidades. Tanto em Portugal como no Brasil não é tão fácil como por exemplo na América, as pessoas não conhecem, nem querem conhecer. Desconfiam, criticam sem analisar primeiro. Se as oportunidades fossem iguais para todos acredito que se provaria que tanto os escritores brasileiros como os portugueses são muito capazes. Aliás em termos de literatura fantástica Portugal tem um grande nome, Filipe Faria e depois várias promessas com oportunidades insuficientes como a Carla Ribeiro.

3- Quando foi que você teve o primeiro contato com a literatura fantástica? E quando resolveu escrever?
Sinceramente não me recordo quando tive o meu primeiro contacto com literatura fantástica, se falarmos de cinema provavelmente da minha infância recordo-me do "Neverending Story". Eu comecei a tentar escrever literatura fantástica desde os meus 13, 14 anos mas ficava sempre pela criação do mundo, da história, mas não conseguia escrever mais que duas páginas, depois abordei a poesia e voltei a literatura fantástica para "trabalhar a sério".

4-Em que lugar você busca inspiração para escrever suas histórias?
Em todos. Consigo escrever num café com muito barulho, um perto de um rio a ouvir os pássaros, desde que tenha inspiração sou capaz. Aliás, gosto de andar sempre com um pequeno caderno porque às vezes surgem-me ideias enquanto estou a trabalhar, enquanto estou nas aulas ou até no autocarro.

5-Você acha que ainda há espaço no Brasil ou Portugal para novos escritores de literatura fantástica?
Sim. Se forem de qualidade porque não haveria espaço? E são os novos escritores que devem ser apoiados pois eles são o futuro.

6-Em se tratando de literatura fantástica, o que é mais difícil: Escrever, encontrar uma editora ou adquirir novos leitores para o gênero (no Brasil/em Portugal)?
Encontrar uma editora, sem dúvida.

7-Em sua opinião, a literatura fantástica ainda enfrenta algum preconceito, por parte de quem não conhece o gênero?
Provavelmente, o que é mau, nem tudo são histórias "da carochinha", nem tudo são histórias apenas para crianças. Há histórias bem adultas, histórias negras, histórias que sendo de mesmo tratando-se de contos de fantasia têm o seu toque da realidade, até porque todos os contos possuem algo muito humano, as emoções.

8-A mídia, em geral, ainda abre pouco espaço para a literatura fantástica? Se a resposta for sim, o que você acha que falta?
Muito pouco espaço, mas não é só há literatura fantástica, a mídia não dá espaço a novos autores, só divulga aqueles conhecidos e aqueles que eram atores ou modelos e que lançaram um livro. É lamentável que assim seja mas é a verdade.


Entrevistador: Tomi Farias

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