sábado, 20 de agosto de 2011

Entrevistas-Parte 2-Perguntamos aos Autores II

Celly Borges (autora brasileira)


1-Você escreve para crianças e adultos. Qual a sua preferência e a diferença entre escrever para os dois públicos?
Não tenho preferência, por isso escrevo para vários públicos. Não há muita diferença, como sempre digo, não se deve tratar a criança e o jovem como incapaz de entender algo, então não acredito em limitar.

2-No blog que você usa para fazer resenhas. Como escritora você não tem medo de desagradar a alguém de seu meio (literário)?
Acredito que o verdadeiro autor, aquele que você sabe que pode permanecer, entende o que uma resenha que não o ataca nem a sua obra quer dizer. Não gosto de desmerecer ou atacar o autor, escrevo sobre o que o texto me passou, tento apontar os erros e acertos. No Mundo de Fantas há apenas três ou quatro resenhas de livros que me desagradaram mesmo.

3- Já aconteceu de alguém se irritar, por algo que você escreveu sobre um determinado livro?
Como eu disse, se o autor é um autor de verdade saberá entender sem ficar de frescura porque fiz uma resenha que não falou bem, por isso não lhe agradou. Já aconteceu de autor reclamar, armar um circo todo, mas digo: autor assim não se mantém, não adianta só levar em conta o que a família e os amigos dizem, é óbvio que grande parte vai falar que está incrível, que é o melhor livro que já leu, então é bom ter cuidado e bom senso.

4-Qual a importância da participação em antologias com outros autores?
É bom poder participar com vários autores conhecidos e que gosto de ler e daqueles que estão começando, é uma grande divulgação e uma grande diversão. Aprendo muito.

5-Com o avançar da tecnologia, a inclusão digital, um acesso maior a internet. Você acha que hoje é mais fácil para os escritores, inclusive, aqui no Brasil?
Com certeza é mais fácil. Há essa explosão de que todo mundo quer escrever, ser famoso e ganhar muito. Agora o autor tem várias portas para publicação, várias editoras, é tudo mais simples, pode pagar e publicar sua obra – apesar de não concordar com esta forma. Mas aí acontece, como disse antes, da família dizer que é o melhor livro do mundo, o escritor acreditar e pagar para ter seu livro muito bonito e sem qualidade, sem revisão...

6-Qual a importância dos blogs hoje, para quem escreve, já que se pode considerar uma forma fácil de divulgação, principalmente, para quem não tem uma grande editora?
É importante para divulgar seu trabalho e poder conhecer e interagir com seu público e outros autores.

7-Escrever um livro e disponibilizá-lo em um blog, mesmo que apenas parcialmente, você não acha que esteja gerando certa concorrência, com a editora ou, pelo contrário, isso ajuda?
Não sei se ajuda tanto, sinceramente. Não sei se haveria mais público caso o livro venha a ser impresso, mas é uma questão a ser discutida, cada caso separado.

8-Sabe-se que nunca se vendeu tanto livro depois da internet, mas você acha que o livro em papel ainda terá vida muito longa, ou logo será substituído pelo formato digital?
O formato digital vem crescendo muito rápido, mas o livro de papel não deve ser substituído tão rápido, provavelmente será como o vinil, que ainda é fabricado, claro que em escala bem pequena, o livro de papel sempre terá seus fãs, mas espero que demore muito para aconteça de ser apenas objeto de colecionador, sou colecionadora de livros, além de leitora.


Entrevistador: Tomi Farias

Nenhum comentário:

Postar um comentário